segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Primeiro dia de aula

Seria uma grande mentira dizer que eu não estava ansiosa e nervosa para o primeiro dia de aula. Não estudo pela manhã desde que tinha os meus 5 anos de idade, então o principal problema era acordar na hora certa. 
Pois bem, fui dormir às 8:20 minutos e até que adormeci logo. Não tive lá sonhos muito bons, mas isso não vem ao caso. 
Durante a noite, acordei duas vezes, achando que ia perder a hora. Na primeira vez eram 3 e alguma coisa, na segunda eram 4:15 minutos. Voltei a dormir, porque acordar às 5 era o ideal.
Nos meus sonhos só se passaram segundos, porque a gente não vê o tempo passar enquanto dorme, aí lá vem a minha mãe gritando "acorda, Luana, já são 5:50, perdi a hora". 
Saltei da cama e me arrumei em 10 minutos. Sim, 10 minutos! Merecia um prêmio por isso porque, eu já sou lenta, imagina só cedo da manhã. Engoli o meu café reclamando feito louca com a minha mãe (eu reclamo demais) e fui pegar meu ônibus. 
Como, por milagre, eu consegui descer daquele formigueiro humano, cheguei a tempo à escola. Ainda bem que minhas amigas estavam na porta, porque todas nós mudamos de turno e, não sei no caso delas, mas não tenho amigo nenhum pela manhã.
O primeiro horário foi de Matemática. Revimos uma coisa que aprendi no sexto ano, mas que não lembrava mais direito: Conjuntos. Depois veio a aula de Inglês, uma das minhas preferidas desde sempre, onde também revimos algo até que bem simples, pelo menos para mim: Plural de Substantivos. Após Inglês, vieram duas aulas de Física. O professor de Física precisou de um horário e meio para conhecer todos nós, porque ele, diferentemente dos outros professores que queriam saber apenas nossos nomes, quis saber o que queríamos para vida, se gostávamos de física, nossa idade e outras coisas. Depois dessa apresentação, ele só nos deu uma noção básica. Acabada a aula de Física, veio Química. Vimos algo relacionado a Evidências de um Fenômeno Químico e Estados de Agregação. Isso eu já tinha estudado, só que agora será bem mais aprofundado. E para fechar com chave de ouro, a última aula do dia foi de Língua Portuguesa. O professor quis saber nossa opinião sobre o que era disciplina e "por que estudar Língua Portuguesa?". Ele também falou um monte de coisas interessantes. Disse-nos para não sermos fúteis, para ler... é, um monte. Mesmo que eu escrevesse durante horas, eu não ia conseguir deixar esse texto mais interessante do que os seus conselhos, que, com certeza, eu usarei.
E foi isso.
Agora eu estou, oficialmente, no Ensino Médio! Lindo, não?

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Vai ser tudo em vão?


- Eu acho a vida muio injusta - falou Aline, levantando-se quando a conversa chegou ao seu clímax na sala de aula.
- E por quê, Aline? - perguntou, então, o professor, que iniciara com toda aquela discussão.
- Ah, vivemos sonhando tanto, e tem gente que morre antes de alcançar o que queria - desabafou.
- Também acho! - gritei eu, já envolvida. - Lutamos tanto pra conseguir as coisas na vida, e no fim morremos.
- E o que vocês acham, turma? Que não deveríamos morrer? - indagou o professor a todos nós.
A classe ficou dividida: uns diziam que sim, outros eram totalmente contra. 
"Claro que devemos morrer", gritavam do fundo da classe, "não caberia tanta gente na Terra."
"Claro que não, idiota, eu não me importaria de dividir minha cama com umas gatinhas", alguém falou, fazendo graça.
- Ei, ei, foco no assunto, por favor - e continuou após a repreensão. - Então, quer dizer que vocês ainda não têm uma opinião formada? Pelo que pude perceber, ninguém aqui quer morrer; mas, uns acham necessário essa morte, e outros, não. É isso mesmo?
- É, professor! Continuo achando uma injustiça isso de morrer - brandei.
- Exato, e ainda mais porque não levamos nada do que conquistamos, ou seja, é tudo em vão? - Pedro apressou-se por concordar comigo.
- Não levamos nada, mas podemos deixar muita coisa - foi a primeira vez que a classe ouviu a voz da novata que nem seu nome nos disse, mas ela pois fim a conversa e não ousamos discordar, porque, lá no fundo, todo mundo sabia que aquilo era a pura verdade.

PS.: Um texto bobo, mas com um ensinamento que eu aplico sempre à minha vida: "Deixar algo de bom aqui, algo que ajude as pessoas, para que a minha existência não tenha sido vã." Queria só transmitir isso a vocês, espero que tenha funcionado.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Suicida?

Os carros passavam a toda velocidade. Ela fazia, minunciosamente, um resumo da sua vida. Não fora uma vida tão ruim assim. Ela não se deixou privar de nada. Fez tudo que quis, na hora que quis. E estava pouco se importando se suas atitudes tinham sido as melhores ou não. "Primeiro eu, segundo eu, terceiro eu. Taí uma coisa verdadeira", pensava. 
Ela já havia decidido fazer isso há um bom tempo. Havia ponderado os prós e os contras; e os prós venceram. Tirar a sua própria vida pode não ser a melhor opção para várias pessoas, mas, para ela, era melhor. Ela preferia pular da janela do seu prédio a ter uma morte agoniante e lenta nas mãos de um vingador. 
Seus pensamentos se atropelavam."É. Pode ser que minha passagem por aqui não tenha sido muito agradável para muitos, afinal, não são tantas as pessoas que têm a cabeça desejada por outras tantas."
Até subir ali, ela achava que tinha certeza absoluta da sua decisão, mas agora sentia um frio na barriga. Devia mesmo fazer isso? Ainda era jovem, tinha tanto para viver e, pensando bem, não havia tirado todo o proveito que queria da vida. Não sabia o que fazer. Tentou pensar em motivos mais fortes para se manter viva, mas, além desse de aproveitar melhor a chance de viver, não tinha nenhum outro. Não amava ninguém e nem tinha sonhos para o futuro. 
Mesmo não acreditando Nele, ela decidiu apelar. Erguendo a cabeça para o céu e apertando os olhos por causa da forte luminosidade do sol, falou, em tom de deboche:
- Ei, ei, tô precisando de uma ajudinha aqui. Um sinal seria bom.
Ela esperou, até que, pouco depois, uma pomba branca pousou bem perto de si. Meio intrigada, ela sorriu com a possibilidade daquele ser o sinal que pedira. "Não, não pode ser."
A pomba foi chegando mais perto, e mais perto. Até que, com a maior intimidade do mundo, subiu na perna dela e ali depositou seus dejetos, uma pasta branca e fétida. "Era só o que me faltava."
- Psiu, volte aqui! - ela vociferou enquanto a pomba se afastava lentamente.
Ela, já deitada sob o parapeito da janela, tentou segurar o bicho entre as mãos, que tentava voar para longe. Imagine qual foi, então, seu espanto, quando a pomba conseguiu escapar e ela se viu perdendo o equilíbrio e caindo. O que se ouviu foi uma mistura de arrulho com um grito feminino entrecortado.
Às vezes, o mundo deve ser poupado de certos seres. É assustador, mas necessário.


P.S.: Quando eu acabei de escrever, fiquei me perguntando: "Eu mesma escrevi isso? Eu que sou tão melosa e sentimental?". Esse deve ser o resultado de ler tanto Sherlock Holmes, Hercule Poirot e Allan Poe. Você fica meio insensível.

sábado, 14 de janeiro de 2012

É uma pena

Ela o desnorteava.
Não era nenhum protótipo de beleza, não mesmo. Era baixinha e tinha o cabelo ondulado. Era péssima em qualquer tipo de esporte e não tinha o corpo perfeito que impõe a sociedade.  Era tímida, conversava pouco e tinha poucos amigos. De vez em quando, jogavam-na algum apelido ou riam dela pelas costas. Porém, de qualquer maneira, tinha alguma coisa nela que ele gostava.
Era bom quando eles conversavam, ele sentia-se livre para contar suas piadas sem graça e ser quem ele é. Conversa vai, conversa vem, começaram a pegar no pé dos dois.
Isso porque ele era popular, não popular porque era só conhecido, mas sim popular daqueles conhecidos e amados, sabe? Aquele com quem todo mundo quer passar o recreio junto e ter o número de telefone.
Pois bem, a proximidade dela e dele não foi uma coisa bem vista pelas outras pessoas, que começaram a arranjar mil e um insultos para pôr na coitada que só queria conversar em paz.
Todos sabemos como é a natureza humana. A concorrência deve ser eliminada.
O que antes era prazeroso para ele, começou a ser motivo de vergonha. Não queria que ela o entendesse mal, o problema não era ela, mas era ele e todo aquele blá blá blá. 
Estamos cansados de saber que essa história de ter vergonha é muito da antiquada e idiota. Mas o que ele sentia não era só vergonha, era medo. Medo de deixar de ser aquele "popular idolatrado" porque, por mais que, às vezes, fosse cansativo ser centro das atenções, ele adorava aquela vida. Não ia pôr tudo a perder por uma garota só porque gostava de estar com ela. Na sua cabeça desmiolada, era um "sacrifício" que valia a pena. Afinal, garota ele podia ter qualquer uma (dá pra acreditar que era exatamente assim que ele pensava?)
Na escola, ele a evitada e achou melhor assim, "um dia ela me esquece", diz a si mesmo. Esquecer? É engraçado como os garotos esquecem fácil e as garotas NUNCA esquecem. Ela logo foi ter com ele quando percebeu que ele não a olhava como antes. Antes o olhar era terno, agora, só existia indiferença ali.
- Posso saber o que aconteceu? Quero saber o que eu fiz para você me ignorar tanto assim - disse ela ao encontrá-lo abrindo o armário. 
- Você? Nada... é só que... eu me encontro muito atarefado esses dias.
- Estranho... o engraçado é que você parou de falar comigo quando começaram a surgir aqueles comentários tipo "o que ele viu nela?", "sobre o que tanto eles conversam?", "ele é demais pra ela" e coisas assim. Eu não sou idiota, só pareço.
- Olha, é sério, eu gosto de conversar com você, mas...
- Mas as pessoas falam da gente e você tem vergonha de mim porque sou feia e excluída. 
Ele ficou calado. Sabia que sentir vergonha era uma coisa horrível, mas era bem isso que acontecia. 
- É uma pena, porque eu sou linda por dentro.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

E agora, Luana?


Eu tenho muito medo da morte.
Um certo dia, resolvi não apagar mais as mensagens do meu celular e deixá-las se acumular. Tudo bem, mas o que isso tem a ver com a morte?
Acontece que, ao tomar a decisão de não apagar mais as minhas mensagens, eu sabia que um dia a caixa de entradas iria lotar... e aí? O que fazer, então, quando esse dia chegar?
É esse o meu dilema: o dia chegará, o dia sempre chega. 
Não, a caixa de entrada do meu celular ainda não lotou, mas faltam apenas 4 mensagens para isso acontecer. E eu fico com medo de não aproveitar devidamente minhas mensagens, pensando no que fazer quando lotar. 
Ou seja, eu tenho medo de não aproveitar devidamente a minha vida, pensando no fim. 
O exemplo é péssimo, eu sei. Sendo coisa de louca ou não, andei refletindo sobre isso ultimamente. E sempre me pergunto: E agora, Luana?
O dia de morrer chegará, eu sei que não devia me preocupar com isso porque eu não sei onde nem muito menos quando isso acontecerá, mas eu tenho medo. 
Agora, eu penso nisso vez ou outra, mas não é nada que me tire do sério, afinal, eu ainda sou jovem... mas, e quando eu for muito idosa? E se eu não tiver realizado tudo que sonhei realizar? E quando eu perceber que falta pouco tempo para viver assim como eu percebi que falta pouco para minha caixa de entrada lotar?
Esse é o meu problema: antecipação. Eu acho que isso é falta de problemas, sabe? Aí, para me preocupar (porque eu tenho de estar ocupada me preocupando com qualquer besteira), eu antecipo os meus problemas.
Daí eu preciso me perguntar novamente: E agora, Luana? O que eu faço contigo?

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Quando o amar é sincero


O vento gélido nos aproximou, fez-nos ficar mais juntos que antes. Ela recostou a cabeça em meu ombro e perguntou, à meia voz:
- Lembra desse lugar?
Não pude resistir e sorri. É claro que eu lembrava.
- Vejo que sua memória continua ativa, meu bem. Para sua sorte, a minha também continua. Verão de 63, certo?
- Nosso primeiro beijo... - ouvia-a sussurrar, enquanto sua cabeça se afundava mais em me ombro e seu polegar fazia círculos na minha mão.
Eu a amava tanto, ela não tinha noção. Amei-a desde o primeiro momento. E agora, talvez, o fim esteja próximo. A morte é necessária, não se pode contra ela.
- Nós já vivemos tudo que tínhamos para viver, meu querido - ela falou meio que lendo meus pensamentos. Foram muitos anos juntos, posso dizer que nos conectávamos de uma forma incrível.
- Ainda bem que foi ao seu lado, minha pequena.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Enfim, liberta


Das suas garras eu me livrei. Até que enfim, posso dizer. Quanto tempo tudo aquilo durou? Por quanto tempo eu fui privada de fazer o que eu queria? Com quem eu queria? Pessoas não são propriedades, entenda. Eu não sou sua, ninguém é seu. Você não é o dono do mundo. Você nem é dono de si! 
Achei até que durou mais do que deveria. Mas, às vezes, é preciso arcar com alguns sofrimentos desmerecidos para entender a natureza das coisas, a natureza da vida. E se a vida me proporcionou tão desagradável experiência, é porque existia um motivo. Um nobre motivo.
Ainda bem que tudo acabou. Tinha esquecido como é bom o gosto da liberdade. De ser de ninguém, de andar por aí sem rumo, de estar onde se quer na hora que bem se entende. Podia jurar que tinha esquecido como é bom estar livre. É uma sensação acho que quase igual a de ganhar o mundo de presente. Porque é quase bem isso que acontece. Você pode explorar, pode correr, voar, ser o que quer.
Contudo, por mais que eu tente, não consigo deixar de esquecer o preço que tive de pagar por essa liberdade. Por que ela me saiu tão caro? E olha que não foram só feridas externas. Ah, se fosse! Mas a minha alma está dilacerada, presa em algum lugar. Por mais que meu subconsciente saiba que eu estou livre outra vez, ela continua trancafiada na escuridão do passado. Mas passa, não passa?
Enfim, liberta... estou livre, pronta para qualquer coisa. Tenho liberdade. Ouviu como soa bem? Soa ótimo para os meu ouvidos.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

1 ano de Sou o que quero!


Há exatamente um ano atrás, o Sou o que quero nascia. Eu sei porque prometi a mim mesma nunca esquecer o dia 4 de janeiro. Eu já tive outros blogs, muito mal sucedidos na verdade, e nunca lembrava a data de criação deles. Mas com esse aqui é diferente.
Dia 4 de janeiro de 2011, resolvi criá-lo porque meu blog antigo não entrava e pra mim é quase impossível viver sem blog. Eu sei que escrevo muita besteira, mas é bem melhor compartilhar com outras pessoas todas essas besteiras do que deixá-las trancafiadas num caderno empoeirado.
Quando eu compartilho algo que está me incomodando, é como se um peso fosse tirado de cima de mim. O blog é um desabafo mesmo, porque nem sempre existem pessoas dispostas a me ouvir e, quando existem, eu tenho vergonha de contar o que se passa comigo. Por isso, é muito mais fácil escrever algo em terceira pessoa, postar aqui e ler o que as pessoas têm a me dizer.
Falando nisso, eu quero agradecer a todos vocês que me acompanham e que lêem o que escrevo. Vocês não têm noção o quanto que eu fico feliz quando alguém diz que eu tenho talento, que gostou do que escrevi ou que se identificou. É sério. Porque, eu gosto mesmo de escrever, mas não sei bem se esse é o meu talento. Eu nem sei se tenho um talento. Mas, quando alguém é elogia, eu fico pensando tipo “olha, o trabalhão todo que tive escrevendo isso não foi em vão”.
Eu, sinceramente, pretendo nunca abandonar isso aqui. Além de ser aquele desabafo que eu já falei, eu gosto de ler o que as outras pessoas escrevem. É incrível como conheço gente talentosa por aqui. Têm muitas blogueiras e blogueiros por aí que só precisam de uma oportunidade. E eu não sei pra vocês, mas saber que existe gente com talento para escrita é como um alívio pra mim, eu fico pensando... talvez o Brasil ainda tenha salvação, né?!
É gente, é isso. O Sou o que quero já é uma parte da minha vida e devo isso a vocês, que lêem, comentam, opinam. Não foi só o blog que cresceu desde o dia da criação, eu cresci junto com ele. E espero continuar crescendo. Posso dizer que sou o cérebro, mas vocês são o coração, a alma daqui. Sem vocês, é claro, blog nenhum existiria. Então, obrigada por tudo! De verdade s2
Espero que o 2012 de vocês seja maravilhoso. 
Um beijo, Luana.