Sinto tanto que a história do garoto que sobreviveu só tenha chegado a mim aos 16 anos. Harry Potter marcou a infância de muitas e muitas crianças, várias delas pegaram gosto pela leitura após acompanhar a história do bruxo mais querido da literatura. Já eu, eu deveria ter a realidade formada dentro da minha cabeça, eu, com a minha idade, deveria achar que tudo é uma grande invenção. Mas Harry Potter é real.
Comprei os sete livros muito eufórica, afinal todos sempre diziam que eram muito bons. Eu já tinha visto os 5 primeiros filmes, tendo passado tanto tempo entre o quarto e o quinto que o fio da história se perdeu. Acabou que eu não entendi muita coisa. Mas mesmo assim estava eufórica.
Acompanhei os garotos durante 12 dias, intercalando os livros e os filmes e, durante esse tempo, mal vivi minha vida. A história e as aventuras deles eram muito mais legais que minha vida. Agora que acabei, me sinto incompleta. Já tinha me acostumado a conviver com o Harry, a concordar e discordar com o que ele estava pensando e dizendo, a ver ele me mostrar que estava amadurecendo cada vez mais a cada livro, a sentir sua alegria e chorar - sim, eu realmente chorei, principalmente com a morte de Sirius - suas perdas, como se fosse uma Horcrux sua (ok, melhor não brincar com isso).
Mas a pessoa que merece todos os créditos, claro, é a J. K. Rowling, por nos mostrar que a idade é apenas um número, que, mesmo adulta, pôde criar um mundo incrivelmente mágico e, ao mesmo tempo, real.
Mal sabe ela o quanto aprendi com o Dumbledore. Sábio homem, o Dumbledore. Possuidor daquela rara sabedoria cultivada por poucos hoje em dia (levarei um pouco dela comigo). Sempre propenso a acreditar no lado bom das pessoas, e sempre certo.
Harry Potter é real, repito. Imagino perfeitamente um garoto, com cicatriz em forma de raio na testa, no seu armário sob à escada, ser arrematado de "seu" mundo e levado para outro apenas com a coragem. Imagino todas as suas aventuras e descobertas. Imagino o abraço de quebrar as costelas de Hagrid, do ar desleixado de Sirius, do olhar que parecia radiografar o seu interior de Dumbledore. Mas mais que isso, eu senti pânico das aranhas gigantes e, principalmente, do Ararogue, acreditem.
No fundo, sabia que o Snape era uma boa pessoa, mas não tão boa como no fim ele provou ser. Sua história é mais deprimente do que imaginava, então fez todo o sentido a sua falta de cordialidade ao longo da história.
Rony concorda comigo |
Uma parte da minha memória sempre estará em Hogwarts e naqueles em que lá lutaram por um bem maior. Sempre com a Armada de Dumbledore, Ordem da Fênix e com o Dobby, um elfo livro (o F.A.L.E nem foi adiante, uma pena, eu apoiava).
Adorei o nome dos filhos do Harry, só queria que esses 19 anos em que sua cicatriz não doeu nem sequer formigou tivessem sido mais detalhados. Como não foram, o dever fica por nossa imaginação.
Harry Potter, especial porque ensina o valor da amizade, a necessidade contínua de se acreditar em si mesmo, a tarefa árdua de nunca desistir dos seus palpites. Especial porque é real mesmo acontecendo só na nossa cabeça.
Harry Potter, especial porque ensina o valor da amizade, a necessidade contínua de se acreditar em si mesmo, a tarefa árdua de nunca desistir dos seus palpites. Especial porque é real mesmo acontecendo só na nossa cabeça.
Acho que se eu me olhasse no espelho de Ojesed nesse exato momento, me veria em Hogwarts, sentada num banco em frente a quatro grandes mesas no Salão Principal, pronta para pôr o Chapéu Seletor na cabeça.