terça-feira, 26 de janeiro de 2016

O resumo dos tempos que não merecem nota

(Quando eu fazia o primeiro ano, um professor me disse que eu era boa cronista. Não sabia direito o que era uma crônica, mas fiquei feliz por ser boa em algo. A questão é que não é por sempre gostar de escrever que eu tenha coisas incríveis escritas por aí, porque meu prazer maior sempre foi o desafio de tentar fazer parecer que a minha vida chata tem algo de interessante. Então quer saber? Vamos trabalhar mais nisso para que a prática não se perca.)

O ano passado pode, para mim, ser resumido basicamente em: estudar; espirros que o pó da borracha me causava ao estudar; e, por último mas não menos importante, limpar o pó para voltar a estudar. Tinha eu grandes coisas para escrever aqui? Não. Tudo que eu pensava em escrever era banal e versava ou sobre discussões intelectuais com as minhas amigas sobre o tempo (por que sempre que chovia eu tinha escolhido ir à aula de tênis e molhava meu pé nas poças é uma coisa complexa demais para responder plenamente) ou sobre as questões que não sabíamos resolver. Tenho eu grandes coisas para escrever agora? Também não. Mas cursinho acabou, não vejo minhas amigas todos os dias e não tenho com quem filosofar além das paredes. E monologar sempre foi chato.

Como já deve ter ficado claro, 2015 foi um ano de estudo que, dentre um acontecimento ou outro, como por exemplo quando eu estava com duas amigas na porta de entrada de um evento esperando o Gregorio Duvivier aparecer e ele entra pela porta dos fundos (como assim não pensamos nisso?!), só me deu dor nas costas e sinusite. Os dias que se seguiram ao Enem eu passei em negação: de uma série para outra, não queria pensar sobre os significados da minha existência ou se eu estava ou não desgraçando a minha vida com mais um ano de estudo e pó para aturar. Porque em nenhum dos meus planos eu tinha incluído minha aprovação. 

E não é que eu passei? Não foi na cidade que queria, mas foi perto. Só que por motivos de greve, as aulas só iniciarão no segundo semestre. Como as paredes e eu não temos tanto assunto para render até julho, resolvi continuar estudando e tentar passar na minha cidade. Fiquei feliz por ter conseguido? Sim, demais, mas não 100%. E eu me odeio por não ter ficado 100% feliz porque com certeza existem pessoas na lista de espera que assim ficariam. Me sinto a pior pessoa do mundo e mais um pouco. Porém, essa é a verdade e não fujo dela. Então como não inventaram ainda borrachas que sejam amigas dos alérgicos, o primeiro semestre desse ano parece tão atrativo e cheio de aventuras (só que não) quanto o ano passado. 

Um viva às futuras noites de sono mal dormidas: viva!