segunda-feira, 2 de maio de 2011

Um mundo somente nosso.


Todos nós sabemos o quão difícil é perder uma amizade. Em 99% dos casos acontece assim: você faz um amigo, daí agora você tem um amigo, vocês compartiham tudo o que uma amizade proporciona, depois, por algum motivo banal - ou nem tão banal assim - a amizade dita até então "forever" acaba. Vocês se distanciam, e, digo, deixa eu ajeitar a primeira frase desse texto: "perder uma amizade nem é tão difícil assim, quer dizer, só é difícil quando você não encontra ninguém capaz de substituir aquele que se foi, mas quando encontra, viram amigos "forever" novamente, e fim de papo, dor superada".
Eu e os meus amigos (usando todo o sentido literal da palavra a-mi-go) decidimos fazer diferente. Nada nunca iria nos separar. E quando eu digo nada, é nada mesmo. Eu sei que pode parecer totalmente clichê isso de "sempre juntos" e blá, mas não é que deu certo?
Na verdade, antes éramos cinco, mas aí o John se foi. E vocês podem se perguntar "e aquilo de nada os separam?". Pois é, nem a morte foi capaz de nos separar de John, ele ainda vive em cada um dos nossos corações.
Qualquer dia ficava mais alegre quando o pôr-do-sol chegava, era a hora de nos encontrarmos. Nosso lugar era uma espécie de campo, um pouco afastado da praia e mais perto das montanhas. A vista era extremamente linda, e esse fora o principal motivo para termos escolhido aquele como nosso local. Falávamos sobre tudo. De futebol até previsão do tempo. E quando ia ficando escuro, era a hora de dar adeus e esperar pelo pôr-do-sol do dia seguinte.
Criamos uma tese, a tese do "mundo somente nosso". Acreditávamos, todos os cinco, que o principal motivo do fim das amizades era a intervenção do outro mundo e das outras pessoas.
Pode parecer meio louco, mas só nos falávamos naquele lugar, e naquele horário. Já aconteceu de nos encontrármos em outros cantos, mas não nos falávamos, havíamos combinado de que seriamos estranhos uns dos outros se não estivéssemos ao redor daquele fogueira, naquele nosso mundo, contando as novidades nada peculiares, enquanto esperávamos o sol desaparecer no horizonte.
Os meus "amigos" do outro mundo, logo, logo se distanciaram de mim. Mas o meus amigos do nosso mundo, são meus amigos até hoje e até o "forever", posso garantir.


67ª edição visual
Pauta para o Bloínques.

4 comentários:

  1. Eu já pensei poder garantir uma vez,mas como tudo na vida é relativo e não depende da ação de apenas uma pessoa,ainda mais em casos de amizades,o meu forever acabou e outro começou,e acabou novamente como outro começou no instante seguinte e assim vai ser,afinal se dependesse da minha vontade e palavra meu forever ainda continuaria com a presença deles comigo,mas meu forever continua,só que apenas comigo e não,conosco... Beijos,adorei o texto!

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. É muito difícil falar em amizade. Eu tenho amigas que possso confiar a minha vida, mais não posso confiar o meu homem e vice versa. Mais acho que vale a pena vc confiar sempre, desde quando te provem o contrário. Tenho amigas(os) que posso ficar sem falar 1 ano, mas que quando nos encontramos, parece que foi ontem a última vez.
    Amizade é muito relativo.
    O que precisamos aprender é que somos seres humanos e erramos sempre. As vezes cobramos perfeição dos amigos, mas é nós? Somos perfeitos?? É claro que não.

    Mas enfim seu texto é maravilhoso.

    beijinhos

    Nina
    www.devaneios-fragmentos.blogspot.com

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  4. eu tenho poucos amigos, da infância nenhum ficou, da adolescência poucos ainda vejo. atualmente posso contar nos dedos os que assim considero!

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