quarta-feira, 24 de julho de 2013

O céu nunca esteve menos azul

always together!

Acredito que, algum tempo atrás, a minha vida já foi mais movimentada. Não tanto a ponto de me tornar alguém popular, mas movimentada o bastante para me dar gosto de acordar de manhã cedo e encarar a água fria do chuveiro levando o sono embora. Talvez o fato de eu olhar a vida com outros olhos, com olhos infantis, contribuíssem a favor. Eu não precisava, como hoje, entender por que diabos o céu é azul, eu o achava lindo e isso era suficiente para levar a vida adiante perfeitamente bem, obrigada.
Mas, agora recentemente, me deu uma de querer os porquês, os comos e os aondes de tudo. E a vida que parecia tão simples de ser vivida tornou-se um emaranhado de teias interligadas difícil de se entender. Enquanto vejo minha vida social se extinguindo por n motivos, como o fato de algumas das minhas amigas terem mudado de escola e a comunicação ter ficado meio difícil e fria, eu converso cada vez mais comigo mesma e não sei se isso é bom ou não. Claro que é muito melhor conversar com alguém do que com você mentalmente, então eu tento mudar essa situação. Afinal, não deve ser tão difícil se enturmar. É só sair por ai sendo quem você é... eu acho.
Na pré-adolescência, para uma garota que sofreu muito bullying na infância, eu até que fazia amigos facilmente. A minha classe tinha muito mais novato que veterano, ou seja, não existiam "grupinhos" formados, estava todo mundo à procura de amigos e, talvez com medo de serem deixadas de lado, as pessoas aceitavam conversar com qualquer outra de bom grado. Foi daí que eu fiz as amigas que eu tenho até hoje e que eu espero ter pro resto da vida.
Só que agora tudo parece mais complicado. Não é só sair por aí sendo quem você é, é muito mais que isso. As relações estão tão banalizadas e estranhas que o que eu chamo de conhecido é, provavelmente, melhor amigo de outra pessoa que tem com o ser o mesmo nível de proximidade que eu. Assim é complicado. Então eu notei que fazer amizades, amizade sem aspas, é dificílimo porque as pessoas não estão mais interessadas nisso.
A questão aqui é: a cada ano que se passa, sinto que a minha vida vai se tornando mais lenta e monótona, como se já fosse regra. E eu juro que não tenho nada a ver com isso. Até onde eu sei, tenho os mesmos hábitos de sempre, as mesmas tentativas falhas de conversa, a preocupação em passar de ano e o blá blá blá que sempre foi meu. Mas hoje em dia, eu vou preferir conservar meu sono bem longe d'água fria às manhãs. 
Não estou reclamando nem nada, porque a mudança ocorreu de maneira tão gradual que nem percebi. Percebo só de vez em quando, como em dias como hoje, quando eu notei o quanto eu senti falta de uma amiga que eu não via há uns bons cinco meses e fiquei lembrando das coisas que nós passamos juntas. Alegrias que provavelmente mal se repetirão, porque tomamos rumos diferentes de vida, que só vão se cruzar assim, vez ou outra, de ano em ano. E é por causa de perdas desse tipo que foram me ocorrendo ao longo da vida que o céu nem parece mais que tem um azul tão bonito. Estou presenciando amizades que demoraram tanto tempo para se consolidar serem demolidas pelo sopro do vento e a angústia da distância rapidamente, e o que mais dói é saber que o buraco nunca vai ser preenchido.

important | via Tumblr
foi o que eu sempre pensei...

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Sobre comédias românticas

Eu entendo que não há nada melhor que uma comédia romântica para passar o tempo, esquecer da vida, mergulhar em histórias de mocinhos e mocinhas que se amam ardentemente. O problema é que, quando se assiste a esse gênero demais (como eu fiz nas recentes férias), você percebe que comédias românticas são todas iguais. 
A história é o seguinte, basicamente: existem os já citados mocinho e mocinha e ambos se apaixonam, sendo que o amor deles tem algum impedimento: ou eles pertencem a classe sociais diferentes; ou a mocinha se acha feia/gorda demais para ele, porque não existem amor próprio nessas garotas, é incrível; ou os pais não aprovam; ou, sei lá, eles não têm coragem de admitir que estão a fim e pronto. Daí o filme todo se baseia nos conflitos internos (e até externos, em alguns casos) desses protagonistas e tchan!, eles terminam juntos, felizes e tudo parece perfeito, a vida parece perfeita, o brócolis parece mais saboroso, a dor no pé nem incomoda mais, porque eles terminam juntos e provam que é possível que existam hoje em dia caras lindos e fofos que, ao invés de querer dar só uns pegas, vão contra tudo e todos, vão contra o universo se possível, para consumar esse amor, e garotas que conseguem arranjar alguém mesmo se maldizendo o tempo inteiro ("oh!, Fulano, eu não te mereço!"), já que não existe nada mais grandioso e importante do que o amor que se sente...  Não, espera, tem algo errado aí.
E é nesse ponto que as comédias românticas fazem mal. Mesmo sendo provavelmente meu tipo preferido de filme, eu vejo sérios problemas nele. Ele aliena a cabeça de certas garotas, que passam a vida esperando por seu príncipe, ou, em casos piores, ficam esperando descobrir que são princesas de algum lugar, como a Mia, e que vão sofrer uma mudança drástica de visual que as transformarão em verdadeiras beldades. Tá errado, gente.
O que se sucede é: não, provavelmente sua vida não será digna de nenhum roteiro de filme. É bem difícil que o garoto mais popular da sua escola se descubra repentinamente apaixonado por você sem que você faça nada, e ainda é mais improvável que ele apareça na sua janela com uma serenata improvisada, ou que se mate por você, à la Romeu. Sendo que esse último caso é doentio, acredite. Mas isso não quer dizer que o rapaz não goste de você. É só que ele não é nenhum personagem de filme hollywoodiano.
Daí eu fico imaginando os relacionamentos: garotas querendo uma declaração de amor igual a que encerra Pretty Woman e recebendo um serenata de amor. Tenho um sincero conselho: fique feliz com o serenata de amor, porque você o está recebendo de uma pessoa real. E fique feliz se, por acaso, receber uma declaração feita a de filmes. Ou seja, fique feliz com quaisquer que forem os momentos singulares que acontecerem realmente na sua vida. Não existem príncipes encantados ou princesas por aí, mas tem muita gente legal esperando ser conhecida e preenchida. Dê uma chance, vale a pena.

GIFs images

terça-feira, 16 de julho de 2013

Leve reflexão sobre se estar crescendo

Hoje eu me peguei muito surpreendida com uma coisa. 
Eu sou boba mesmo e sempre tive coisas como "rituais" para primeiros dias de aula. Era de praxe ficar nervosíssima sem motivo algum. Sério. Ficava tão nervosa como em dia de prova. Mesmo sabendo que todos ali já me conhecem, que a minha chegada não vai ser motivo de festa alguma, que pouquíssima gente até nota minha presença, eu entrava na escola com o pé direito, sim, senhor. É como no Natal: tem de ter roupa nova, nem que ela tenha custado 5 reais, porque é Natal e eu gosto de usar algo pela primeira vez no Natal. E assim corria minha vida, eu e minhas manias andando juntinhas de mãos dadas.
Até ontem.
Porque ontem, andei pensando nisso só hoje, foi um dia estranho. Acordei no automático para volta às aulas depois do recesso e só hoje, depois do segundo dia, que eu vim notar que ontem foi o meu primeiro e eu nem fiz ritual algum. Sequer atentei para aquilo. Nem entrei com o pé direito. E, pasmem: não fiquei nervosa.
É definitivamente desconcertante.
Não sei se isso é efeito colateral de alguma doença, porque eu sou uma pessoa paranoica que acha que qualquer coisa estranha é sintoma de doença, ou se é só o efeito colateral de se estar crescendo. Nós nem notamos, nosso dia é tão bagunçado, mas estamos crescendo.
E eu não sei se quero crescer.
Já me disseram que eu sou infantil e eu pensei "puxa, me acho tão madura". Mas a verdade é que eu sou realmente infantil. Vou com a minha prima ver filme e choro com as animações da Disney, sou a única que se levanta pra torcer em voz alta pelos personagens, que brinca de fazenda com o primo de oito anos. E que se dane se as garotas da minha idade já têm filhos, eu gosto de ser assim. Gosto de ainda enxergar a magia das coisas, de escrever carta para o Papai Noel no Natal (mas se bem que ano passado eu nem fiz isso ;/), de poder achar graça em desenho animado. 
Mas vai contra as leis da natureza não crescer, a gente sabe. Sabe que vai ser taxado de imbecil se continuar com os hábitos de criança. E daí vamos nos envolvendo mais e mais em coisas "de adulto". Temos que planejar nosso futuro e começar a nos preocupar com coisas mais importantes. E, quando vemos, os desenhos animados não fazem mais sentido e você não tem mais saco para brincar com crianças porque sua mente está cheia de problemas.
Ou seja, crescer é chato.

never ever | via Tumblr
Peter Pan concorda comigo

terça-feira, 9 de julho de 2013

Eu "aproveito"

Eu tenho um trabalho maldito em falar sobre sentimentos. Escrever sobre momentos flui perfeitamente bem, mas quando a coisa deixa de ser concreta e passa a ser um monte de sensações que se misturam dentro do peito e que precisam ser decifradas para que as coisas realmente deem certo, eu penso: estou perdida. Porque eu não entendo o que se passa comigo. Eu analiso psicologicamente as pessoas todos os dias. Perguntas como "o que ele pensou ao dizer isso?", "qual o sentido daquela ação?", "eu entendi certo?" são feitas e meio que respondidas de um jeito torto por mim a toda hora. Mas quando a coisa deixa de ser alheia e passa a ser minha, eu não sei o que fazer. Por que eu disse aquilo? Por que cargas d'água eu não fiz o que vinha planejado fazer há dias? Eu não sei. Mesmo que eu olhe bem no fundo da minha alma, eu não sei por que fiz tudo errado.
E não dá pra fazer de novo. Veja bem, eu só tenho uma única vida e tenho o maior medo de ferrar com ela. Tenho um medo terrível de perceber como eu desperdicei todos os meus momentos aqui na Terra, ou mesmo que desperdicei minha adolescência correndo atrás de livros pra ver se tenho a mínima chance de passar no primeiro vestibular de Medicina que eu fizer e, ao entrar nele, perceber que nem era o que eu queria. Mas o que eu posso fazer além de arriscar todas as minhas chances nisso e fazer figa com os dedos bem apertados para que a vida seja boa comigo e tudo dê certo? 
Às vezes vêm pessoas me dizendo para "aproveitar a vida". Entendam, pessoas, eu não tenho vivência alguma, então não tenho a mais remota ideia do que seja "aproveitar". Aproveitar seria sair sem rumo por aí à espera de momentos que poderiam render um bom filme? Seria deitar de barriga para cima na grama verde e fofinha enquanto se observa estrelas? Seria sair se vangloriando por ter pego um monte enquanto colônias de bactérias se instalam na sua boca? Quando me dizem para sair da minha casa e aproveitar minha curta existência, eu rio para mim mesma e penso: estou tentando, será que você não vê? Acontece que esse verbo tem concepções diferentes para cada um de nós. É claro que a minha concepção pode estar errada e a sua, certa. Por isso eu tenho medo.
Eu tento aproveitar a única vida que tenho, mas eu não sei se estou fazendo isso do jeito correto. Eu tento não pensar muito sobre o que farei se no futuro perceber que todos os meus sonhos não se realizaram. Eu assisto a comédias românticas para ver se o fluxo descontrolado de pensamentos da minha mente se acalma um pouco, mas só o que penso é que eu nunca terei um amor feito o de filmes para chamar de meu. E aí sinto como se todos os meus dezesseis anos tivessem sido horríveis, e fico pensando que tudo seria diferente se eu tivesse dito isso e não aquilo. Se tivesse feito assim e não assado. Se tivesse usado a concepção de "aproveitar" dos outros e não a minha. 
E é nesse pé em que eu estou nesse dia nove. Tentando trazer alguma lógica à minha vida, e um pouquinho de consolação também, enquanto "aproveito" minhas férias na presença de um bom e insistente resfriado.

Fuck My Life
E não, isso não é bom...

quinta-feira, 4 de julho de 2013

5 minutos da minha vida que eu não terei de volta*

Estava eu, acho que nas minhas férias passadas (não lembro bem), à procura de um vlog estrangeiro para treinar meu horrível listening, e acabo encontrando o JacksGap e, claro, me apaixonando pela fofura imensa dos dois gêmeos com o sotaque britânico mais bonito que existe: Jack e Finn Harries.

Jack and Finn Harries <33 stop being so perfect

Os vídeos deles são curtinhos e muito divertidos. Eles não falam tão difícil e nem tão rápido, então dá para entender sobre o que eles estão falando, mesmo que você não entenda palavra por palavra. Na época em que eu os conheci, eles tinham pouco mais de 40 vídeos (hoje eles têm cinquenta, não são lá muito assíduos, geralmente o tempo de um vídeo para outro é de um mês, embora eles digam "see you next week" ao fim da gravação) e eu vi TODOS em dois dias, apertando replay sempre pra entender uma palavra ou expressão que me escapava. 
A ideia começou com o Jack. Ele, sozinho, criou um vlog para contar sobre as aventuras que ele pretendia fazer no ano inteiro livre que ele tinha antes de entrar na faculdade. Por isso o "gap", a ideia inicial seria relatar as viagens e as maluquices nesse intervalo que ele tinha na sua vida entre o ensino médio - que ele tinha acabado - e a faculdade que estaria por vir e o transformaria em alguém adulto e sem tempo. Acontece  que as coisas foram um pouco mais além do que ele esperava: o Jack e também o Finn já estão na faculdade, mas continuam com o seu canal no Youtube para alegria geral.
Segundo fontes, e falo assim genericamente por não me lembrar onde eu li tal informação, o Jack mal era assistido nos seus primeiros vídeos. As coisas começaram a mudar quando ele apresentou a sua cópia genética, o Finn, para o mundo no seu oitavo vídeo. Logo, logo o Finn estava sendo saudado com a frase " Finn, the better twin" e eu fico feliz por o Jack não ficar chateado. Na verdade, os dois têm uma relação muito boa. O Jack é mais espontâneo e fala pelos cotovelos, enquanto o Finn é bem na dele e tem um quê misterioso no olhar. Não sei como tem gente que escolhe seu preferido. Os dois, à sua maneira, são adoráveis.

(100+) Tumblr
acho que o Finn é o da esquerda e o Jack, o da direita, MAS SÓ ACHO porque né, olhem para esses rostos perfeitamente iguais!
Só avisando de antemão: ao assistir aos vídeos dos dois, não fique perto de alguém que não goste de ouvir gargalhadas, porque é certeza que você vai rir muito. Também não entre em depressão quando te der uma vontade imensa de conhecer Londres e você descobrir que não tem dinheiro para isso: eu também não tenho e estou aqui, vivendo minha vida numa boa - ou quase. Não se apaixone, é quase evidente que eles são comprometidos. Eles recebem correspondência e abrem as cartas em uns vídeos que eles chamam "twin mail", mas faz tanto tempo que eles abriram cartas pela últimas vez que acho que a correspondência empilhada chega às nuvens. Anyway, você pode mandar uma cartinha para eles! Saiba que eles gostam muito de doces.

Um dos primeiros vídeos que eu assisti. Esses dois são amor, somente <3

* "5 minutes of your life that you won't get back" é o slogan deles que teve várias adaptações em forma de músicas feitas por fãs e até pela prima deles, uma mais viciante que a outra. E, só pra constar, eu perdi muito mais do que cinco minutos com eles.