sábado, 11 de agosto de 2012

Tem de tudo

Eu odeio política. Não entendo nada e nem faço questão de entender, mesmo sabendo que, como boa cidadã que deveria ser, precisaria saber de algumas coisas básicas. Mas sem chance. Pelo menos por ora, porque estou por aqui com quem rouba o meu dinheiro e compra jatinho particular.
Eu tinha onze anos e uma cabecinha oca. Influenciável como era, deixe-me levar pela onda de familiares e fiz campanha feito louca na eleição para prefeito daqui. Sério, eu era fanática. Ia à passeatas, pegava panfletos jogados na rua e distribuía, colocava pôsteres na parede do quarto e levava minhas primas - menores e mais influenciáveis ainda - na tal onda também. Ganhou quem eu queria, muito legal. Só que aí eu percebi que as promessas não eram cumpridas, nada de bom acontecia e as coisas ao meu redor só pioravam. 
Dois anos depois eleição para presidente e lá vou eu novamente fazer campanha como se ganhasse um salário para isso. Dessa vez quem eu queria que ganhasse não ganhou. 
Lembro que quando era menor sonhava em ser criança para sempre. Versão feminina do Peter Pan. Mas hoje eu vejo que crescer foi uma das melhores coisas que me aconteceu. Eu abri minha mente e deixei a ignorância de lado. 
Mais crescidinha e consciente do mundo à minha volta, prometi nunca mais gastar saliva e tempo com política. Vou votar sempre em branco quando tiver idade e fim. 
Isso tudo para relatar o acontecimento de ontem, na minha falta de criatividade para mais qualquer outra coisa:
Antes de tudo, eu estou doente desde ontem pela manhã. Fui à escola só para gripar, porque todas as minhas amigas resolveram combinar de ficarem doentes na sexta. Fui ao curso à tarde mesmo doente e, na volta, enquanto eu andava feito lesma, vi que estava tendo uma passeata com câmeras, gritos, buzinas, placas e afins. Até que o próprio candidato se põe à minha frente pedindo voto. Eu digo que não tenho idade para votar ainda e ele, com um sorriso de orelha a orelha, aperta minha mão e, com o cinismo característico, diz que posso conseguir votos.
Mas era só o que me faltava. Essa gente sabe apertar a mão e sorrir quando quer voto, mas cumprir o que promete que é bom, nada. Voltei para casa sorrindo porque aquela cara hipócrita era muito engraçada. Não tentou esconder em nenhum momento que está desesperado por votos.
Contudo, espero que ele tenha o hábito de lavar as mãos ou que, pelo menos, tenha as defesas fortes, senão, ao invés de conseguir votos, vai conseguir é uma gripe das brabas. 

2 comentários:

  1. Acho política uma coisa ridícula, essa democracia brasileira mais parece anarquia. Quando tiver idade para votar, vou votar em branco também.

    Beijos
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  2. Concordo plenamente com você, Luana.

    Lembro que quando tirei meu título, estava LOUCA para assumir meu papel de cidadã e ir lá votar no futuro do país. Ainda não votei, mas certamente anularei meu voto nessas eleições que estão por vir. Ninguém ganha nesse circo até cumprir o que promete, se depender de mim.

    Beijo :)

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