segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Casa comigo?



Ele, lento o suficiente para fazê-la enlouquecer, tirou do bolso uma caixinha vermelha e começou a abri-la vagarosamente, o que a fez subtender a situação. Depois de segundos que pareceram séculos, o conteúdo da linda caixinha foi revelado: um anel daqueles que de tão lindo, só podia pertencer a alguém da realeza. Ele ficou satisfeito, claro, com a expressão boquiaberta e o brilho no olhar dela. Aquele fora o melhor e mais acessível anel que encontrara durante um mês procurando em todo e qualquer tipo de lugar. Ele era uma explosão só. Sua vontade era de gritar, mas permaneceu onde estava não por causa da inércia, e sim porque sempre gostava de manter o bom senso e ser o mais discreto possível. Aqueles olhos só podiam dizer uma coisa: ela aceitaria, esqueceria o passado e se tornaria sua mulher. Apesar de já saber a resposta, ele precisava de uma prova real, talvez para fazê-lo crer que aquilo não era mais um sonho.
- Então? Casa comigo?
- Lucas, o anel é simplesmente lindo e acho que deve ter custado muito caro, mas... – Ela esforçava-se para concluir, porém faltava coragem.
- Mas...? – Ele sabia que essa conjunção adversativa não era um bom sinal.
- Mas eu não posso me casar com você. Se não lembra, você que me deixou. Eu me apaixonei por outro. E com ele será diferente.
O que deveria ser um sonho transformado em realidade, virou o pesadelo que ele temia. Era isso mesmo?

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Dentro do seu abraço


Dentro do seu abraço é onde eu queria estar.
Aquele abraço bem gostoso, carinhoso, que só você sabe dar.
Aspirando seu perfume e esquecendo minhas preocupações.
Porque, não importa aonde eu vá, se estiver com você, estou sem aflições.
Seria ótimo se sorrisses para mim.
 Se seu sorriso não existisse, tenho certeza, a vida não seria tão bela assim. 
Só penso em você; venha, preciso desse abraço, uma vez que sem você é como se me faltasse um pedaço.

Eu queria escrever algo diferente; saiu isso.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

É preciso acreditar


Era verdade, mas ela acreditava que era mentira, então tudo ficou por isso mesmo, já que ele não insistiu. Poderia ter sido diferente, se ela acreditasse mais nas pessoas. Talvez a culpa não seja dela, gosto de pensar que a culpa é do mundo, que criou nela uma desconfiança de tudo e todos. "Desconfie", era o que diziam, "nada é o que parece e mentiras são ditas como verdades incontestáveis todos os dias." Mas quem mandou levar ao pé da letra? Quem mandou ser certinha demais? Por que ela não acreditou na rara exceção que apareceu na sua vida? Por que não deu uma chance? Machucar-se faz parte da vida. 
"Eu te amo", ele dissera.
"Mentira", ela retorquiu.
Agora chora. Lágrimas merecidas.


"É difícil acreditar que um homem está a dizer a verdade quando você sabe que mentiria se estivesse no lugar dele."
Henry Mencken

sábado, 19 de novembro de 2011

Eternamente


Eu quero que tudo comece com uma grande amizade. Conheceríamos um ao outro e simpatizaríamos logo de cara. Conversaríamos horas e horas pelo telefone, mandaríamos mensagem de texto para dizer “bom dia”, iríamos às estreias de filmes juntos, faríamos os deveres de casa, tomaríamos sorvete e iríamos acabar percebendo que temos mais em comum do que imaginávamos. Daí chegaria o constrangimento. Sentiríamos certo desconforto ao sentar perto de mais, ao acabar o assunto, ao cruzar dos olhos sem querer, ao, por impulso, encostar das mãos uma na outra. E a coragem de admitir que aquilo virou algo além de amizade? Eis o impasse. Mas, é claro, para isso existem aqueles amigos que, por mais que às vezes sejam importunos, sempre dão um empurrãozinho que faz a maior diferença. Já posso imaginar a euforia do primeiro encontro, a sensação do primeiro beijo, a alegria de não precisar reprimir sentimentos. Brigaríamos só pelo prazer de reatar, sairíamos com o mau tempo só para tomar banho de chuva, fingiríamos estar para baixo só para chamar a atenção do outro e, quem sabe, escutar um “eu te amo” bem gostoso; afinal, por que não escutar mesmo aquilo que já se sabe?  Os dias passariam tão rapidamente que nem notaríamos, uma vez que o amor estava tão forte como no dia em que reconhecemos amar. Alguns conflitos ali, uns gritos aqui; contudo nada realmente relevante que pudesse desviar o caminho de duas almas tão perfeitas. Vem o casamento, os filhos, a vida em conjunto; e o que antes era fantasia, conto de fadas, passa a virar uma realidade nua e crua. Seria isso um problema? Não há barreira que o amor não destrua. Acharíamos o ritmo e educaríamos nossos filhos da melhor maneira possível. Seríamos profissionais realizados e um casal eternamente apaixonado. Viajaríamos nas férias, passearíamos nos finais de semana, faríamos lindas surpresas nas datas especiais e superaríamos juntos qualquer tabu que se colocassem à nossa frente. A velhice chegaria, mas iríamos continuar firmes, fortes e, principalmente, juntos: um ao lado do outro, como foi durante a vida inteira. Morreríamos num intervalo de tempo pequeno, porque a ausência do outro seria demasiada grande para ser suportada. Sim, morreríamos como tem de acontecer com todos, porém sempre seríamos lembrados como um exemplo a ser seguido, exemplo de como o amor pode permanecer vivo e ativo no coração de qualquer um, eternamente.  

(ok, às vezes eu sou bastante melosa.)

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

The Star


Sabe a estrela mais bonita do céu? Você sempre a aprecia de longe, sem poder tocá-la nem olhá-la mais de perto. Você apenas tem de se contentar a saber que ela ilumina sua vida, apesar de saber que são muitas as pessoas que a apreciam e que recebem sua luminosidade também. A estrela apenas está lá, fazendo o seu dever e enchendo de inveja qualquer estrelinha menor e menos brilhante que ela. Mesmo que você sonhe todo dia com ela, no fundo, você saber que seus sonhos não vão se realizar, simplesmente não vão. Não porque você não seja capaz de correr atrás, mas porque contraria a natureza do mundo. Você, mesmo sabendo que nunca se conformará, tem a certeza de que continuará para sempre apreciando a estrela de longe, torcendo para que seu brilho nunca acabe, sua beleza nunca diminua. Tudo que você quer é que a estrela seja feliz; claro que seu desejo era contribuir nessa felicidade, mas, se é impossível... Então, estrela, saiba que a senhorita era personagem principal dos meus sonhos e a razão da maioria dos meus sorrisos bobos; continue iluminando o mundo com o seu brilho incomum, e seria ótimo se o vento pudesse levar-lhe a imensidão de coisas que guardo aqui, comigo, no recanto do meu coração.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Ainda 14

(feia)
Dia 20 de Novembro, dia da consciência negra e do meu aniversário. Lembro que quando eu era menor, perguntava-me porque não era negra, já que tinha nascido nesse dia. Perguntas de criança...
Não consigo assimilar a ideia de que já serão quinze, quinze anos vividos! E pensar que até um dia desses eu ainda me via dizendo que tinha treze, doze, sete aninhos. Tudo bem, já faz bastante tempo que tinha sete anos e que a vida era só lazer. 
Com quatorze anos eu fiz esse blog, terminei o 9º ano do fundamental, aumentei meu amor por livros, criei uma caixinha dos sonhos, conheci (meu lindo) Sherlock Holmes, tirei o aparelho, cortei (estraguei) meu próprio cabelo, quase conheci o Zeca Camargo (quase!), cantei, sorri, pulei, chorei e escrevi isso aqui também. Bom, não lembro muito o que aconteceu comigo, só sei que, claro, aconteceu o que deveria acontecer. Coisas que eu não queria que se sucedessem, sucederam; e as que eu queria que sucedessem, não sucederam e, enfim, a vida é assim. 
Eu só espero que tudo que eu não tenha conseguido realizar com quatorze, realize com quinze ou com dezesseis, não importa muito a idade, porque as coisas que realmente importam demoram para chegar. Eu espero. Não sou tão velha assim, ainda tenho 14 anos e 361 dias e muita vida pela frente. 

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Meus versos sofridos

Como estou fazendo as provas do quarto bimestre (férias!) e me falta tempo para escrever, eu resolvi arranjar uns minutinhos e postar uns versos sem graça, hehe que tenho anotado há um tempo considerável. Não notem a simplicidade, gente! Sou péssima com rimas, passo horas para escrever quatro versinhos.


Todos meus sonhos perdidos
Estão a me esperar
Em lugares escondidos
Para que eu possa os achar


 



Tenho em mente a verdade
Que paira no meu coração
Encontrada seja a felicidade
Na letra de cada canção
(e o sentido disso? Cadê?)
Real possa ser sua utopia
Num mundo cheio de desilusão
Viva na sua magia
E veja o mundo com o coração






A vida é singela:
com beijos azuis,
poses amarelas
e abraços cor-de-rosa...

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

I hear melodies when your heart beats*


Ela colocou seu ouvido sob o peito aquecido dele. Suas batidas tinham um compasso que só ela entendia, e que só o seu próprio coração completava. Dois corações apaixonados batendo só pode resultar numa sinfonia desajeitada. Mas que importa? Eles estão juntos e felizes... isso sim é importante. O amor é tão singelo com seus suspiros e lágrimas. Só nos cabe aproveitá-lo, porque, tirandos raras exceções e os contos de fadas, ele não é eterno. Dura pouco; já que tudo que é bom dura pouco mesmo.
Em meio a tantas notas repetitivas (tum, tum, tum), ela sussura suavemente, cheia de amor, dos pés à cabeça:
- Eu escuto melodias quando seu coração bate.
- Ah, é? Pois eu escuto meu nome quando o seu bate.
- Convencido... - finalizou ela.
E assim ficaram os tais apaixonados: compartihando batidas e aproveitando o amor.

* Trecho da música "Fa La La", Justin Bieber (feat. Boyz II Man).

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Conselho


Querida amiga,
Às vezes, fico meio calado. Obrigado por entender meu silêncio. Sabe, é ótimo não ter que manter uma conversa forçada com você. Somente apreciamos a companhia um do outro; nenhuma palavra precisando ser dita. Alguma vez posso lhe fazer chorar, é evidente, mas as alegrias enxugarão suas lágrimas de dor. Noutra, sua barriga doerá de tanto rir. Lembre-se dessas dores de euforia quando eu esquecer de te ligar, quando não fizer algo de seu agrado. Lembre-se dos bons momentos quando um mau aparecer; é isso que faço!
                                         Do seu amigo de sempre (eu acho),
Paul.