sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Vai lá com a sua preguiça, vai*

Deitou e pensou em tudo que tinha para fazer. Cada coisa, para a sua alma, era um martírio. Um martírio necessário que precisava ser feito. Mas a cama, quando quer, sabe ser tão aconchegante e quentinha que não tinha coragem de sair daquele lugar para outro, que seria frio como gelo.
Sabe-se lá porque adiamos tanto as coisas, esperamos pelo último minuto, temos a necessidade de querer deixar tudo para depois, daqui a pouco, logo mais, só depois de um instante, obrigada. Por quê? Por que, se podemos fazer tudo agora e nos livrar? Cumprir o dever que temos seja lá com quem for? 
Pensou mais um pouco sobre todas suas obrigações pendentes. Tinha um dia para viver e coragem lhe faltava. Se coragem estivesse à venda, tudo bem; mas não está, dizia aquele lado da consciência que você também tem e que sempre está certo, mas que poucas vezes seguimos. Pois é, coragem não está à venda, porém podemos esperar que ela nasça... E enquanto isso, o melhor lugar para se esperar que isso aconteça é num aconchego qualquer, que seja quente e preguiçoso, retorquiu, como sempre retorquimos a quem está com a razão.
Mas o lado da consciência consciente continua insistindo e insistindo. 
Até que tomou coragem e levantou-se, finalmente, com dificuldade de quem já está com os membros atrofiados.
Logo assim que levantou e abriu a janela para apreciar o suposto lindo dia que deveria estar fazendo, viu que de lindo aquele dia não tinha nada. Chovia e uma espessa neblina deixava a paisagem completamente calma e sem graça. 
É um sinal, pensou. E voltou à sua demasiada preguiça. Tudo isso porque o seu outro lado da consciência - aquele que não é consciente - colocou, literalmente, na sua cabeça, que não há nada que devemos fazer hoje que não possamos fazer amanhã.
Mas o amanhã nunca chegou.

*Título que serve, igualmente ao texto, como um conselho de mim para mim mesma. Ando escrevendo coisas, digamos que, diferentes ou é impressão minha? 
Obs.: Eu estava querendo escrever algo bem diferente, mas esse texto veio e fluiu tão fácil, tão fácil, que o escrevi em uns 5 minutinhos (digamos que seja por isso que não ficou bom, kk). Acho tão legal quando isso acontece, que postei essa belezura de coisa amadora cujo princípio inicial era servir de conselho e assustar vocês. Assustar no bom sentido, claro! Mas bem, nem tudo sai como esperado e eu ainda mereço parabéns por não ter deixado para amanhã esse post inspirador - ou não.

5 comentários:

  1. Descreveu justamente o que eu toh sentindo no momento. Mas agora eu tenho que eliminar de algum jeito a preguiça para poder seguir com meus planos.
    xD

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  2. OMG, no meu caso a preguiça me domina, to igual ao teu texto praticamente kkkk
    Sinceramente não ficou ruim, eu gostei :)
    Bjus ;*

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  3. Gostei muito desse final.
    Mas levo bastante essa ideia central pra minha vida acadêmica xD

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  4. Dizem que a preguiça é o menos pior dos pecados, porque impede que cometamos os outros restantes. :P

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  5. Não vou mentir, sou preguiçooosa demais. E esse teu texto foi um puta de um 'conselho' pra mim. E não está ruim, viu, guria?
    Um beijo.

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