Eu li, recentemente, uma reportagem sobre uma especulação de um renomado cientista chamado Robert Lanza. Ele dizia, simplesmente, como quem explica ao filho de dez anos de onde vêm os bebês, que a morte é uma invenção da mente humana. Invenção que algum homem das cavernas criou e que, por algum motivo, como dizem os adolescentes, "pegou".
E eu não sei se fico grata ou chateada com esse sujeito. A ideia de morte me é aterrorizante, já falei sobre isso por aqui (só a título de explicação: sou agnóstica), PORÉM é como todos dizem: é a única certeza que temos na vida. Toda a nossa vida é pautada em cima disso. Vivemos em função da morte: pagamos caixão antecipadamente, vamos ao médico uma vez por mês, tentamos adiá-la o tanto que pudermos, mas ela sempre chega, fria e sorrateira. Então vem esse cientista afirmando que "esse evento não passa de uma ilusão criada por nossas mentes". E eu, feito Drummond, me pergunto: e agora?
Sempre deixei minha mente aberta a todo tipo de ideia que possa ter fundamento. Como achei a hipótese dele interessante, ou ao menos plausível, processei os fatos por um tempo e acabei ficando mais confusa ainda.
Suponhamos que a única certeza que nós tínhamos - a de morrer - agora caiu por terra. Foi invenção. Me contaram isso desde o dia em que nasci e eu acreditei. Mas é duvidoso. A morte pode não existir. Se essa certeza antes inabalável agora não é certa o que posso eu saber realmente? Nada. No momento em que a base, a mais sólida das coisas, balança, tudo despenca. Todo o trabalho de séculos feito pelo homem está estilhaçado. O homem, esse ser que inventou a lâmpada, o carro e o computador, é o mesmo homem que disse que o momento em que o coração para de bater e o cérebro de trabalhar é chamado "morte" e deve ser temido e todos acreditaram. Mas não! Não sei mais se a porta é porta, se o mundo é mundo, se eu sou eu. E se eu não posso mais saber se eu sou eu, Robert Lanza, autor de toda essa problemática que toma conta da minha cabeça, não tem como saber se é mesmo Robert Lanza. E, não sabendo, não pode dizer que a morte é produto das nossas mentes, porque, fazendo isso, ele também se torna um produto, se torna irreal. Ou seja, agora eu não sei de mais nada!
Essa sensação de ignorância perante o mundo é a mesma que senti ao ler Assim Falava Zaratustra. E detalhe: eu desisti. Quer dizer, dei um tempo. Isso se chama negação. É um mecanismo usado pelo nosso cérebro que nos impede de querer nos matar com perguntas que vão além do concebível pelo nosso limitado imaginário humano e é o que eu estou fazendo agora ao terminar esse texto sem uma resposta definitiva para o título. É o que me faz esquecer todo esse dilema envolvendo a morte e me preocupar com problemas com os quais eu posso lidar. Quem quiser quebrar a cabeça com especulações, à vontade. O mundo está cheio delas. Minha mente, agora, está ocupadíssima tentando se lembrar onde raios eu guardei o cabo do meu celular.
Gostei do assunto... Para min a morte é um ponto de vista. Para certas pessoas a mesma é o fim e para outras é o começo de uma nova vida. Mas me pergunto Luana, de onde nos viemos? Quem somos? E para onde nós vamos? . É difícil responder. Será que morte responde estas perguntas?
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ResponderExcluirO fato de não saber o que acontece conosco depois da morte é o que mais me assusta. Um saco estarmos enfiados nesse mundo e não ter nenhum tipo de resposta.
ResponderExcluirBeijos