Resolvi dar uma olhada nas fotos antigas, talvez para lembrar a mim mesma de que, um dia, já tive uma família e uma vida feliz. Uma foto me chamou a atenção. Uma se destacava em meio as outras.
Era um dia de calor e o sol ardia forte, eu estava em cima de uma árvore tentando me equilibrar a todo custo e não cair, de olhos fechados e com um sorriso bobo na cara. Quem visse tal foto, com certeza pensaria que a pessoa era uma retardada. Que mulher faz isso com os seus dezenove anos e meio? Eu fiz.
E, de repente, veio a lembrança alegre daquele momento:
-Sorria! – Ele gritava ao longe, enquanto eu tentava me equilibrar no tronco de uma árvore. – Não se preocupe com a distância, seu sorriso é tão encantador que pode ser visto a quilômetros – quem sorria agora era ele.
Tinha certeza de que, por causa dos raios do sol batendo no meu rosto, havia saído de olhos fechados. Corri para confirmar.
- Ah, não vale, veja os meus olhos! Estão fechados!
- Ah, não vale, veja os meus olhos! Estão fechados!
- Natural é mais bonito, não acha?
Nesse mesmo instante, olhando para aquela foto tão antiga, eu tive a maior certeza da minha vida: se eu quisesse, poderia voltar, porque o meu lugar ainda estava guardado. O meu lugar de filha sempre estaria lá. Não importa quão estúpida e orgulhosa seja essa filha, não importa que ela não consiga, simplesmente, pedir perdão; um pai é um pai, e eles são mestres em perdoar. Acontece que, às vezes, o orgulho fala mais alto. E, no meu caso, o orgulho não só falava alto, ele gritava.
Oi, Luana!
ResponderExcluirTudo bem? Obrigada pela visita ao meu blog, gostei muito do que você escreve também!!
Bela sensibilidade... Quando temos bases e origens na vida, tudo se torna mais significativo...
Um beijo grande, volte sempre ao meu cantinho!
=)