domingo, 1 de julho de 2012

I S2 Holmes

Eu sou muito medrosa, muito mesmo. Acho que no dia que eu levar um susto grande, morro do coração. Odeio filmes de terror, e os poucos que vi foram pela manhã e com alguém ao meu lado. Até romances policiais me dão medo. Só que, sabe aquele medo gostoso de se sentir? É o que eu sinto em livros onde há detetives e mortes. Por mais que me pareça assustador, por mais que eu ache, enquanto estou lendo, que alguém vai pular minha janela e me matar, não consigo deixar de ler até saber quem matou quem, como e por quê.
Tudo começou em setembro do ano passado, em Um Estudo em Vermelho, com Sherlock Holmes - por quem sou extremamente apaixonada, confesso. Já tinha lido uns contos de Sherlock Holmes antes. Tinha achado legal, sim, muito legal até, mas nada impressionante.
Num certo dia, então, minha mãe havia dito que eu podia comprar alguns livros pela revista. Passei os olhos e vi um box com três livros do famoso detetive, sendo que um deles fora mencionado pela minha professora de português dias antes - Um Estudo em Vermelho. Segundo ela, um dos melhores livros que já leu. Comprei.
Essa versão original é uma graça
Foi aí que eu me apaixonei. Pelo homem, pela técnica, pela inteligência, pelo charme (tá bom, charme é exagero). Tudo parece infinitamente mais simples sob olhar de Holmes. Às vezes me pego tentando deduzir coisas sobre algo ou alguém. Pura influência sherlockiana. 
Depois li um pouco de Edgar Allan Poe e de Agatha Christie. Em alguns contos, Poe me parece ter sido um sujeito um pouco perturbado, sério. Tem um conto dele sobre um gato preto e outro sobre nunca apostar sua cabeça com o diabo que são, no mínimo, sinistros. Já os romances da Agatha são meio que à la Sherlock. Inclusive, de vez em quando, ele é citado nas suas histórias. São romances legais. Gosto bastante do Poirot - mesmo que às vezes ele se ache demais - e da Miss Marple - que é uma velhinha encantadora.
Aprendi que tudo é um questão de observação. Você vê, mas nunca enxerga. Os pequenos detalhes serão sempre os mais importantes. Eliminando-se o impossível, o que restar, mesmo que seja improvável, é a verdade (Sherlock diz isso sempre).

Holmes para mim sempre será o melhor. Acho que porque ele foi o primeiro. Ele que me mostrou esse mundo. Admiro-o porque ele conseguia descobrir as coisas apenas com sua mente, com suas artimanhas. Sem nenhuma tecnologia. Sem aparelhos ultramodernos que detectam manchas de sangue imperceptíveis a olho nu. Sem câmeras de alta resolução. Ele nunca precisou disso, tinha seu cérebro. No máximo telegrafava para alguém querendo informações. Tudo bem que ele nunca existiu, mas o Sir Arthur Conan Doyle fez um trabalho tão perfeito que é como se ele realmente tivesse tido uma vida.
Hoje, com todo o respeito, é claro, os detetives têm tudo nas mãos. Todo tipo de tecnologia possível. GPS, câmeras. Vi uma vez na TV um detetive que tinha um aparelho que o fazia escutar uma conversa a vários metros de distância, tipo um ouvido biônico. E tudo isso é usado, geralmente, para encontrar amantes de homens casados. Imagina o estrago que Holmes faria com um desses!
Eu sei que tudo isso ajuda nas nossas vidas. O que seria de mim sem internet? Mas também acho que enquanto nos ajuda por um lado, nos prejudica por outro. Nossa vida é tão facilitada que deixamos de criar certas capacidades. O homem é capaz de correr numa velocidade de até 36 km/h. Eu não consigo correr tão rápido, e você? Quem é que prefere ir correndo quando se pode pegar um ônibus?
Enfim, fazia tempo que eu queria escrever sobre Sherlock. Só estou inspirada agora porque - finalmente - assisti ao filme Sherlock Holmes 2 - Jogo das Sombras. Ok, vamos combinar que o Holmes do filme é deveras cômico e que o Watson é uma segunda mente brilhante, coisa que não é retratada nos contos, que são extremamente metódicos e certinhos e onde o Dr. Watson é um indivíduo comum, que não enxerga algo nem quando isto está bem embaixo do seu nariz.
Holmes e o Dr. Watson
Além disso, tanto o filme um quanto o dois dão uma importância muito grande à Irene. De todos os (muitos) contos que já li, Irene só aparece em um, Um escândalo na Boêmia. Holmes chega a admirá-la, porque ela o engana, mas nadica além disso. Nada de se apaixonar. Mesmo assim, gostei dos filmes.
Entretanto sou suspeita. Sherlock Holmes, para mim, é o cara!

2 comentários:

  1. Eu admiro muito o Holmes, nunca li nenhum livro mas já assisti os filmes e assisto a série Sherlock. A série é bem melhor que o filme, eles são mais racionais do que como você disse, no filme. Acho a capacidade de dedução do Sherlock fascinante. Concordo com você, acho que os detetives antigamente tinham mais emoção, às vezes tudo tem mais graça se realmente nos arriscarmos. Você escreve muito bem hein? ;D

    Beijos, Garota de All Star

    ResponderExcluir
  2. Olá.
    Adorei seu blog,muito legal e interessante,parabéns.
    Até mais

    ResponderExcluir