sexta-feira, 6 de julho de 2012

Incerto futuro


Desde que eu me entendo por gente, eu digo que quero ser médica. Acho que é um dos sonhos mais comuns das crianças, principalmente das meninas. E tem toda aquela coisa de salvar vidas, ganhar bem, vestir somente branco, ter um consultório só seu, escutar os batimentos cardíacos com o estetoscópio - coisa que eu sempre quis fazer. Sempre que eu contava esse meu sonho para alguém, a pessoa era toda sorrisos e elogios para comigo, o que fazia meu ego infantil explodir de orgulho de uma coisa que eu nem era ainda mas pretendia ser quando virasse adulta, é claro.
Mas aí eu cresci. Saí da ignorância e comecei a me perguntar se era aquilo mesmo que eu queria. Será que eu quero mesmo me matar de estudar para o resto da minha vida, estar sempre viajando, passar noites em claro dando plantões, mal ter tempo de me coçar e de cuidar da família que eu sonho ter um dia? 
Porque eu até acho que esse negócio de ser médica foi algo que me impuseram indiretamente. Claro que eu poderia ser professora, mas se eu quisesse comprar livros, roupas, acessórios, filmes e fazer as viagens que eu sonho, ia ficar só querendo mesmo. Alguém me entende?
Nossa, eu acho linda a ideia de salvar uma vida, devolver chances de recomeçar a alguém que estava quase partindo dessa para uma melhor, mas para ser médica, ao meu ver, eu terei de abrir mão de muitos outros sonhos. Como a gente faz quando não dá para conciliar todos os sonhos que se sonha? 
Além do mais, eu amo escrever. Não, não faço isso nada bem, mas mesmo assim eu gosto. Gosto de como, à cada palavra rabiscada, eu vou me sentindo mais e mais e mais leve. Mesmo que ninguém leia, já decidi: vou publicar livros num futuro próximo. Às vezes penso de desistir do vestibular de medicina e fazer jornalismo. Ou ainda letras, porque, mesmo que professor não seja lá uma profissão bem remunerada, é uma das que eu acho mais nobres. O professor passa seus conhecimentos aos alunos. Conhecimento é poder. Logo, pelo princípio da lógica: o professor dá poder aos alunos. Isso não é lindo?
Ainda faço primeiro ano do Ensino Médio e vivo me atormentando por isso. Talvez, no fim, eu acabe sendo uma médica sem tempo para qualquer outra coisa, ou uma escritora frustrada, ou uma professora sem dinheiro para viajar para o interior do próprio estado, quanto mais para o Canadá, país o qual sonho conhecer desde os 13 anos. Ou, talvez, ainda, porque nunca se sabe já que a vida é traiçoeira, eu acabe sendo a última coisa que eu tenha sonhado. 
Mesmo que eu precise abrir mão de sonhos antigos, mesmo que eu não me torne lá 100% realizada, eu só espero que eu não me arrependa no meio do caminho. Eu quero olhar para trás e dizer: fiz a coisa certa. 

6 comentários:

  1. Eu também tenho dúvidas em relação a isso. Eu decidi que vou fazer medicina, amo biologia, ciências e não me importo em ver sangue e coisas assim. Mas no fundo eu ainda tenho uma pontinha de dúvida, amoo escrever assim como você, é realmente assim que me sinto quando escrevo, acho que fazer jornalismo deve ser incrível, amo escrever jornalismos ou coisas assim, mas acho que não dá muito dinheiro. Sei que tô sendo meio ambiciosa, mas acho que com jornalismo você só ganha dinheiro se batalhar muito e chegar a ser um jornalista pra uma emissora ou coisa assim. Então acho que vou ficar com medicina mesmo, já que eu concilio dinheiro - já que se ganha muito - com medicina, que é uma coisa que eu gosto.
    Quanto à escrita, vou escrevendo muito pra no futuro ver se publico um livro.

    Beijos, você realmente escreve bem.
    Garota de All Star

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  2. Olá!
    Essa dúvida é comum, sabe? Eu só decidi o que queria fazer quando estava no segundo ano (já terminei o ensino médio e tô no meio de um processo de Prouni .__.). Acho que o dinheiro é importante, mas não é tudo o que se deve levar em consideração. A vida não tá fácil pra ninguém, em qualquer área. O que se deve levar em consideração é a identificação com alguma coisa. Correr atrás faz parte em qualquer profissão, hoje em dia :s
    Mas espero que se decida pelo melhor, sem pressões externas. Decidir o que fazer pra vida toda na adolescencia é uma maldade sem tamanho :s

    Beijos!

    qualquerlink.blogspot.com

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  3. Ah, Luana, também compartilho dessas incertezas com você! Apesar de eu já estar na faculdade, cursando Engenharia de Materiais, dei a louca dizendo que iria prestar vestibular pra medicina, porque acho a profissão simplesmente fantástica. Só que não tem nada certo, afinal, eu gosto da ideia de viver num laboratório também, então vou deixar os dados rolarem pra ver onde pára. Amo escrever, amo bichos, amo gente e fui parar numa área das exatas, a louca.

    Mas a questão é que você é muito nova e ainda vai rolar tanta indecisão na sua cabeça que uma hora você surta, mas depois você se encontra, sério. Relaxe e procure pesquisar mais sobre as profissões, flor!

    Beijo :)

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  4. Sempre tive essa dúvida, sempre fui indecisa, ainda mais no curso que queria fazer na Universidade, essa indecisão me custaram dois anos estudando muito pra Arquitetura, que é um curso que eu com certeza não me daria bem por causa da física e matemática, resolvi esse ano tentar Letras, e não é só por que é um curso relativamente mais fácil de passar numa Federal, mas por que é perfeito pra mim, desde quando aprendi a escrever amo isso, amo ler, e não preciso trabalhar como professora se for fazer o curso ;} rs

    Espero que você se decida, ainda dá tempo, tá no primeiro ano ainda, mas quando a gente realmente sabe o que quer, demora menos pra conseguirmos, viu?

    Beijos
    Meu outro lado

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  5. Engraçado, parece que você é uma versão feminina minha aos 15 anos. hahahaha Passei exatamente pelo mesmo que você está passando. Dúvidas e mais dúvidas a respeito do futuro - profissional, no caso. Se você quer um conselho grande, aguenta mais um ano. Eu ainda estava MUITO indeciso no primeiro ano do ensino médio, mas fiz orientação vocacional no segundo ano e para tudo o que eu fiz, a área da linguagem estava no meio! Fiz novamente no terceiro e último ano e eis que não restavam mais dúvidas: era Letras o que eu queria para minha vida. E quando você está certa sobre o que você quer para o seu futuro, você não pensa em dinheiro, não pensa nos riscos da sua profissão, não pensa em nada. E se posso puxar a sardinha pro meu lado, eu não poderia ter feito melhor escolha na vida! Letras é um curso fantástico e estou só reafirmando cada vez mais meu amor pelas palavras a cada semestre que passa. Fica a dica, viu? Não se apresse. Você tem tempo pra pensar no seu futuro :)

    Beijão! Você escreve muito bem, Luana!

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