terça-feira, 16 de julho de 2013

Leve reflexão sobre se estar crescendo

Hoje eu me peguei muito surpreendida com uma coisa. 
Eu sou boba mesmo e sempre tive coisas como "rituais" para primeiros dias de aula. Era de praxe ficar nervosíssima sem motivo algum. Sério. Ficava tão nervosa como em dia de prova. Mesmo sabendo que todos ali já me conhecem, que a minha chegada não vai ser motivo de festa alguma, que pouquíssima gente até nota minha presença, eu entrava na escola com o pé direito, sim, senhor. É como no Natal: tem de ter roupa nova, nem que ela tenha custado 5 reais, porque é Natal e eu gosto de usar algo pela primeira vez no Natal. E assim corria minha vida, eu e minhas manias andando juntinhas de mãos dadas.
Até ontem.
Porque ontem, andei pensando nisso só hoje, foi um dia estranho. Acordei no automático para volta às aulas depois do recesso e só hoje, depois do segundo dia, que eu vim notar que ontem foi o meu primeiro e eu nem fiz ritual algum. Sequer atentei para aquilo. Nem entrei com o pé direito. E, pasmem: não fiquei nervosa.
É definitivamente desconcertante.
Não sei se isso é efeito colateral de alguma doença, porque eu sou uma pessoa paranoica que acha que qualquer coisa estranha é sintoma de doença, ou se é só o efeito colateral de se estar crescendo. Nós nem notamos, nosso dia é tão bagunçado, mas estamos crescendo.
E eu não sei se quero crescer.
Já me disseram que eu sou infantil e eu pensei "puxa, me acho tão madura". Mas a verdade é que eu sou realmente infantil. Vou com a minha prima ver filme e choro com as animações da Disney, sou a única que se levanta pra torcer em voz alta pelos personagens, que brinca de fazenda com o primo de oito anos. E que se dane se as garotas da minha idade já têm filhos, eu gosto de ser assim. Gosto de ainda enxergar a magia das coisas, de escrever carta para o Papai Noel no Natal (mas se bem que ano passado eu nem fiz isso ;/), de poder achar graça em desenho animado. 
Mas vai contra as leis da natureza não crescer, a gente sabe. Sabe que vai ser taxado de imbecil se continuar com os hábitos de criança. E daí vamos nos envolvendo mais e mais em coisas "de adulto". Temos que planejar nosso futuro e começar a nos preocupar com coisas mais importantes. E, quando vemos, os desenhos animados não fazem mais sentido e você não tem mais saco para brincar com crianças porque sua mente está cheia de problemas.
Ou seja, crescer é chato.

never ever | via Tumblr
Peter Pan concorda comigo

5 comentários:

  1. " Há de crescer, sem jamais perder a ternura."

    Belíssimo texto.

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  2. Oi Luana. Me sinto exatamente como você. Mês que vêm farei 16 anos e não queria que isso acontecesse. Não tão cedo...
    Estou no 2° ano do Ensino Médio, mas ninguém me perguntou se eu queria estar aqui. Me sinto criança também, sabe? Sou catequista e sou mais infantil que minhas crianças de 5 anos. Sou insegura, ingênua, bobinhas. Tenho medo do que "crescer" acarreta. Não quero decidir meu futuro. Não quero ter que escolher sozinha. Quero ter minha mãe ao meu lado, sempre.
    Enquanto minhas amigas já tiveram sei lá quantos namorados, eu quase nem me importo em não ter tido nenhum.
    Achei seu texto muito bacana mesmo. Finalmente encontrei alguém como eu! rs

    Beijinhos! www.primeiro-livro.com

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  3. Primeiro: ótima escolha de imagem para ilustrar o post! Amo Peter Pan! <3

    Segundo: acho que crescer mentalmente é permitido sempre (y), mas crescer na questão de adquirir besteiras de adulto já deveria ser doença. Sei lá, só acho.

    No mais... Não precisa de tantos rituais kkkkk Vamos com mais calma.

    www.alquimistadesonhos.com

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  4. Crescer é chato, mas é preciso. Á vezes pego me pensando no futuro e confesso que é assustador. Choro nos filmes da Disney também, principalmente naquel Up! Altas aventuras, fala sério, como deixam o cara viuvo? Mas é assim que é a vida. Crescer é chato, mas ficar se lamentando não resolve, então vamos fazer dessa chatisse algo legal, curtir cada momento sem esquecer nossos valores. Vamos crescer, mas nunca deixar de ser criança por dentro.

    Beijos.

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  5. Crescer é mesmo chato, mas não temos outra opção a não ser aceitar esse fato. O importante é não perder a nossa essência.
    E como você, também tenho essa mania de usar roupa nova no natal e também no ano novo, como também acho que devo arrumar o guarda roupa antes de virar o ano. Tem que estar tudo em seu devido lugar. haushausha

    Beijos

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